Vir viver para a Suécia foi como voltar a nascer, regressar à infância e ter de reaprender tudo ... lenta e progressivamente.
Quando embarquei nesta aventura não estava à espera de encontrar Cozido à Portuguesa e Pastéis de nata à venda em cada esquina, mas certas coisas sempre tomei por universais e para certas diferenças não estava preparada.
Coisas que eu julgava vulgares, pura e simplesmente não existem (gelatina e mousse de chocolate, batata palha, bifes de perú, leite pastorizado, requeijão, arroz carolino, etc). E as marcas e productos internacionais a que estava habituada, só para baralhar, tem nomes e embalagens completamente diferentes.
As portas abrem ao contrário, as bebidas alcoólicas não se vendem nos supermercados, e não existem talhos, nem vendedores ambulantes a apregoarem relógios Romex e carteiras Luís Vitó.
Estranhamente são as coisas mais simples que apresentam os maiores desafios, e são estas banalidades que de tão inesperadas se tornam constantes fontes de frustração .
A primeira vez que tive de utilizar uma casa de banho pública foi num museu. Ao fim de 10 minutos a olhar para quatro ou cinco portas, fiz an-dó-li-tá e entrei a medo numa delas. Mais tarde vim a saber que muitas vezes as casas de banho públicas são uni sexo .